Organização criminosa voltada ao tráfico de pessoas e lavagem de dinheiro foi desarticulada, nesta quinta-feira (26/9), na Operação Rapax, da Polícia Federal (PF). Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva. Os agentes também bloquearam valores e carteiras de criptomoedas, que podem chegar a R$ 26 milhões, e impuseram medidas cautelares de prisão aos investigados.
Os agentes federais descobriram uma organização criminosa sediada no Brasil e em países europeus, como a Croácia e Bélgica, que atuava no agenciamento, aliciamento e recrutamento de mulheres brasileiras para exploração sexual e submissão ao trabalho forçado na Europa.
As ações desta quinta-feira (26) ocorreram em São Paulo (SP), em Goiás (GO), no Paraná (PR) e em Mato Grosso do Sul (MS) e são resultado de uma complexa investigação da PF, com a colaboração da Europol e das polícias da Bélgica e da Croácia.
Além de reprimir crimes e responsabilizar culpados, o Estado brasileiro age para prevenir, proteger e assistir vítimas, conforme define o 4º Plano de Ação de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, lançado em julho pela Secretaria Nacional de Justiça (Senajus), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
A coordenadora-geral de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes, Marina Bernardes, explica que o tráfico de pessoas é um crime complexo, caracterizado por agenciar e recrutar pessoas por meio de fraude, enganação e abuso da situação de vulnerabilidade. Esse crime tem diversas finalidades, entre elas, a exploração sexual.
“Além disso, é um fenômeno que reflete uma violência baseada em gênero, uma vez que, nesses casos de exploração sexual, mulheres e meninas estão entre as mais vulneráveis. Na Operação Rapax, o crime é transnacional e requer efetiva cooperação com outros países para seu enfrentamento”, disse.
A Operação Rapax é resultado da investigação de uma complexa trama financeira que se aproveitava de mulheres por meio de agenciamento, aliciamento e exploração sexual na Europa.
O apoio da Europol e a cooperação policial da Bélgica e da Croácia foram fundamentais para a identificação do núcleo europeu da organização criminosa. A investigação segue com a análise do material apreendido e com outras medidas investigativas.