Em um novo capítulo da crise política que assola a Venezuela, o Ministério Público do país solicitou à Justiça a prisão do líder da oposição, Edmundo González. A acusação, apresentada nesta segunda-fera (2), alegando que o opositor teria cometido diversos crimes, entre eles usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência da lei, conspiração, etc.

A decisão do Ministério Público ocorre em meio a um clima de crescente tensão política na Venezuela. As eleições presidenciais de 2024, nas quais Nicolás Maduro foi reeleito, foram amplamente contestadas pela oposição e por diversos países da comunidade internacional. González teria sido um dos principais críticos do processo eleitoral, denunciando irregularidades e fraudes.

A prisão do líder opositor, caso seja decretada, deverá intensificar ainda mais a polarização política na Venezuela e gerar novas reações da comunidade internacional. Organizações de direitos humanos e países como os Estados Unidos já manifestaram preocupação com a situação e condenaram a perseguição política na nação sul-americana.

Um porta-voz de González disse que eles estavam aguardando qualquer notificação de um mandado, mas não fez comentários adicionais. A oposição sempre negou ter cometido qualquer irregularidade. Seus advogados, por sua vez, alegam que as acusações são infundadas e que o processo tem caráter político, visando silenciar a oposição e consolidar o poder do governo de Nicolás Maduro.

A solicitação de prisão do líder opositor ocorre em um momento em que a Venezuela enfrenta uma profunda crise econômica e humanitária, marcada por hiperinflação, escassez de alimentos e medicamentos, e um êxodo em massa da população. A situação tem levado milhares de venezuelanos a buscar refúgio em países vizinhos.

A lei venezuelana não permite que pessoas com mais de 70 anos cumpram penas em prisões, exigindo prisão domiciliar. Gonzalez completou 75 anos na semana passada.