O secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, anunciou nesta segunda-feira (26) que 99,9% dos incêndios registrados no estado de São Paulo durante o fim de semana foram provocados por "ação humana". Segundo Wolff, a Polícia Federal (PF) já abriu 31 inquéritos para investigar possíveis incêndios criminosos na região.

Em uma coletiva de imprensa, Wolff destacou o uso de imagens de satélite pela PF para identificar como os focos de incêndio começaram. "Quando a Polícia Federal suspeita de ação humana, um inquérito é aberto, e o processo segue em curso", explicou. Ele reforçou que o resultado das investigações será determinado ao longo do processo.

O secretário também expressou surpresa com o fato de quase 50 municípios paulistas terem registrado incêndios simultaneamente. Além disso, apontou dois fatores que contribuíram para a situação: a falta de chuvas até o sábado (24) e ventos que atingiram 70 km/h.

Redução dos focos de incêndio em São Paulo

Wolnei informou que, na manhã desta segunda-feira (26), a Defesa Civil de São Paulo relatou a redução significativa dos focos de incêndio ativos no estado. Ele atribuiu a diminuição à alta umidade causada pelas chuvas de domingo (25), que extinguiram a maior parte dos focos.

Situação de emergência em municípios paulistas

Segundo Wolff, 56 municípios paulistas relataram danos causados pelos incêndios do fim de semana. No entanto, ainda não há um decreto federal reconhecendo a situação de emergência, pois é necessário que os municípios afetados publiquem decretos locais antes de comunicar o estado.

No sábado (24), devido à gravidade dos incêndios, o governo de São Paulo criou um gabinete de crise para monitorar e controlar a situação.

Incêndios em São Paulo: uma "situação anômala"

Durante a coletiva de imprensa, o diretor de Controle do Desmatamento e Queimadas do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Raoni Rajão, classificou os incêndios registrados ao longo do fim de semana no estado de São Paulo como “situação anômala”. “No momento, não temos todas as informações. As investigações estão avançando”.

Rajão expressou estranheza com o aumento repentino dos focos em áreas distantes entre si, algumas separadas por dezenas ou até centenas de quilômetros. Ele também mencionou que as áreas afetadas incluem plantações de cana-de-açúcar, onde o uso do fogo para manejo não faria sentido.

"A produção agrícola perde com o fogo, não ganha", afirmou Rajão, ressaltando que não houve registros de raios, relâmpagos ou acidentes com torres de alta tensão que pudessem ter iniciado os incêndios.